quadro perdido esteve durante séculos pendurado na parede de uma residência de jesuítas em Dublin, Irlanda, sem assinatura. No verão de 1990, o restaurador Sergio Benedetti foi encarregado da limpeza de alguns quadros da casa onde viviam 14 religiosos e suspeitou ser uma tela de Caravaggio. Benedetti viveu intensamente cada passo até autenticar a suspeita: euforia, dúvida, medo de ter o mérito roubado.

Atento ao mercado, ele havia lido o artigo da estudante de história da arte Francesca Cappelletti, que buscava o paradeiro de vários quadros de um antigo mecenas de Caravaggio, Ciriaco Mattei. Entre eles, A prisão de Cristo, célebre cena de Jesus sendo levado por soldados romanos para o calvário.

Jonathann Harr reconstrói a história e aprofunda os perfis dos personagens reais. A Benedetti e Francesca, junta-se ainda o inglês Sir Denis Mahon, especialista em veredictos sobre a autenticidade de telas de Caravaggio. Parece ficção, mas é realidade. Pouco a pouco percebe-se que não é necessário inventar tramas. Os brios e as emoções controvertidas de cada personagem em relação à descoberta do quadro rendem ótimo romance.

O autor reforça a mística em torno da procura por raridades bibliográficas e de pesquisas em arquivos pessoais de famílias aristocráticas. Enfoca a obsessão de historiadores da arte e restauradores acometidos pelo mal de Caravaggio, aproveitando para contar um pouco da história desse pintor nascido em 1571 que fez fortuna apesar de criticado em seu século, sendo reabilitado nos anos 1950. Ele chegou em Roma aos 22 anos, pobre e maltrapilho, e vendeu quadros na rua até cair nas graças do cardeal Francesco Del Monte. De mecenas em mecenas, tornou-se o pintor mais caro de Roma, mas seu temperamento explosivo o envolveu em brigas violentas até virar persona non grata na capital italiana. O quadro perdido mistura presente e passado magistralmente, numa arrebatadora seqüência de ações que levou a produtora Miramax a comprar os direitos do livro para o cinema.

Ed. Intrínseca - 292 pág. - brochura

O QUADRO PERDIDO - A busca de uma obra-prima de Caravaggio - JONATHAN HARR

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quadro perdido esteve durante séculos pendurado na parede de uma residência de jesuítas em Dublin, Irlanda, sem assinatura. No verão de 1990, o restaurador Sergio Benedetti foi encarregado da limpeza de alguns quadros da casa onde viviam 14 religiosos e suspeitou ser uma tela de Caravaggio. Benedetti viveu intensamente cada passo até autenticar a suspeita: euforia, dúvida, medo de ter o mérito roubado.

Atento ao mercado, ele havia lido o artigo da estudante de história da arte Francesca Cappelletti, que buscava o paradeiro de vários quadros de um antigo mecenas de Caravaggio, Ciriaco Mattei. Entre eles, A prisão de Cristo, célebre cena de Jesus sendo levado por soldados romanos para o calvário.

Jonathann Harr reconstrói a história e aprofunda os perfis dos personagens reais. A Benedetti e Francesca, junta-se ainda o inglês Sir Denis Mahon, especialista em veredictos sobre a autenticidade de telas de Caravaggio. Parece ficção, mas é realidade. Pouco a pouco percebe-se que não é necessário inventar tramas. Os brios e as emoções controvertidas de cada personagem em relação à descoberta do quadro rendem ótimo romance.

O autor reforça a mística em torno da procura por raridades bibliográficas e de pesquisas em arquivos pessoais de famílias aristocráticas. Enfoca a obsessão de historiadores da arte e restauradores acometidos pelo mal de Caravaggio, aproveitando para contar um pouco da história desse pintor nascido em 1571 que fez fortuna apesar de criticado em seu século, sendo reabilitado nos anos 1950. Ele chegou em Roma aos 22 anos, pobre e maltrapilho, e vendeu quadros na rua até cair nas graças do cardeal Francesco Del Monte. De mecenas em mecenas, tornou-se o pintor mais caro de Roma, mas seu temperamento explosivo o envolveu em brigas violentas até virar persona non grata na capital italiana. O quadro perdido mistura presente e passado magistralmente, numa arrebatadora seqüência de ações que levou a produtora Miramax a comprar os direitos do livro para o cinema.

Ed. Intrínseca - 292 pág. - brochura